HISTÓRIA DOCUMENTOS E FOTOS

  “É preciso conhecer o passado para construir um novo futuro.”

    Sei que não sou capaz de descrever a vida de todos os ANTONIOLI, mas farei a minha parte esperando que o leitor encontre algo em comum, aguardando que outrem também faça parte da montagem desse mosaico, que é a nossa família.

    Descendente legítimo de duas nobres Famílias Italianas :
ANTONIOLI  e   PATRIZI 
Os brasões familiares e minha linhagem genealógica baixo.




1 - A MINHA ORIGEM ANTONIOLI.

Meus tataravós nascidos na pequena cidade de Agnosine – Brescia, Itália .

PIETRO  ANTONIOLI 
ANGELA  PONCHIARDI 

ANGELA  Ponchiardi morre no parto de seu filho ANGELO Antonioli, deixando  PIETRO Antonioli com 4 filhos, um deles era meu bisavô FRANCESCO Antonioli .


PIETRO  então casa-se com DOMÊNICA Antonioli, ou seja, alguém da mesma família, motivando a imigração para o Brasil no ano de 1896 possivelmente tentar uma nova vida. 

PIETRO  ANTONIOLI 
DOMÊNICA ANTONIOLI ( 2° Esposa )  

NOTA : Possivelmente pressionados pelas reestruturações italianas, desemprego, falta de alimento e rumores de retomada da  Guerra di Abissinia ou 1° Guerra Italo-Etiope, onde vários italianos foram mortos nesta primeira operação militar nos anos de 1893 à 1894, uma ameaça de uma retomada da guerra motivou mais a imigração.

( Fonte livro " Vicende Storiche Della  Vall Sabbia dal 1550 al 1915 “ – De Ugo Vaglia  1955 Pg 240).


2- AGNOSINE , BRESCIA - ITALIA (Cidade de Partida).

PIETRO Antonioli sua segunda esposa DOMÊNICA Antonioli e filhos, partem da cidade de Agnosine - Brescia - Itália para o Porto de Gênova-IT, com destino ao Brasil. 


 
Vídeo - AGNOSINE (BS) ITÁLIA 


NOTA: Agnosine (Gnùsen in dialetto bresciano) comune italiana da província de Brescia na Lombardia, o município pertence à comunidade de Montanhas do “Valle Sabbia” norte da Itália.
Provavelmente antes de partirem choraram na igreja de Santi Martiri Ippolito Cassiano (SMIC) de Agnosine, onde batizaram seus filhos ao som do sino do lindo campanário de Calchere. A tradição dos mais corajosos, era em 8 de setembro na festa Maddona de Calchere, escalar o campanário até o sino.

3- IMIGRANTES NO PORTO DE GÊNOVA.

 No porto Gênova eles aguardaram o contratante, que neste caso foi o : Sr. Massim. José de Vasconcellos, que os contratou para região Brasileira de Minas Gerais , especificamente em Tombos de Carangola. 

Pela companhia de navegação "La Veloce" no navio a Vapor Matteo Bruzzo, seguem com primeira parada no Rio de Janeiro, com destino a Minas Gerais - Brasil  no início de março de 1896.

NOTA : Os imigrantes italianos saim de suas localidades, e chegavam geralmente de trem ao porto da Cidade de Gênova na Itália, onde enfrentavam uma viagem de 25 á 36 dias de Navio a vapor.
Fotos do Porto de Gênova de 1896 mesmo ano do embarque para o Brasil demonstra, quão grandioso era Gênova, para simples lavradores de uma pequena cidade italiana chamada Agnosine.

Porto de Gênova 1896 

NOTA : O Estado de Minas Gerais promoveu por meio da lei n. 32 de 18 de junho de 1892, a imigração de trabalhadores agrícolas e industriais. Para tal, mantinha sob responsabilidade do Secretário de Agricultura, escritórios de imigração preparados para a propaganda do Estado e para fornecer todas as informações que pudessem interessar ao imigrante.



NOTA : Agentes nacionais e estrangeiros eram encarregados de divulgar as vantagens que o imigrante poderiam encontrar : As riquezas naturais, a amenidade do clima, a índole pacífica de seus habitantes; além da concessão de alguns benefícios, como a indenização de passagem, trânsito livres nas estradas de ferro, facilidade em adquirir terras e auxílio na introdução de novas culturas.

4- CHEGADA NO RIO DE JANEIRO – BRASIL.

Após 25 dias a bordo do Vapor Matteo Bruzzo, os heróis italianos chegam a costa do Brasil no Rio De janeiro em 1896 .

Navio a Vapor Matteo Bruzzo 

Desembarcando no porto da cidade do Rio de Janeiro, não hospedaram na hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores, provavelmente por falta de vagas. 

Porto do Rio de Janeiro foto 1897
Porto do Rio de Janeiro 1843

Seguiram Viajem de trem para Hospedaria de Minas gerais, utilizaram o mais antigo ramal ferroviário E.F Don Pedro II ; que partia da Central do Brasil, no Rio de Janeiro até a estação Juiz de Fora - MG;  13 estações de trem com a duração de 15 horas de viajem : 

1- Don Pedro II -
2- Deodoro -
3- Japery - 
4- Guedes da Costa - 
5- Barra do Pirahy -  
6- Barão de Vassouras - 
7- Juparana - 
8- Paraíba do Sul - 
10- Afonso Arinos -  
11- Benfica - 
12- Juiz de Fora   
13- Mariano Procópio - Juiz de Fora - Ramal interno  ( Estação da Hospedaria Horta Barbosa) 

Estação Ferroviária Central do Brasil 1899

5- JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS .

Desembarcaram na Estação Mariano Procópio bairro de Juiz de Fora, em charretes moveram-se  até a hospedaria de imigrantes Horta Barbosa  passando sobre o rio Paraibuna para acessar o bairro  da Tapera, hoje bairro Santa Terezinha .

JUIZ DE FORA - ESTAÇÃO MARIANO PROCÓPIO 



Da estação de Mariano Procópio seguiam na rua da Fazenda Tapera  (na verdade seu nome era Fazenda da Pera), se hospedam na   Hospedaria  de Imigrantes  Horta Barbosa em Juiz de Fora – MG em setembro de 1896.

5- HOSPEDARIA DE IMIGRANTES HORTA BARBOSA.

Finalmente os imigrantes Italianos da família Antonioli deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa em Juiz de Fora - MG, no Bairro de Mariano Procópio.
Foram registrados no  Livro SA -884 , com entrada em 21 de Março de 1886 e saída em 27  de Março 1896 . 
ANTONIOLI   PIETRO - 44 anos- Patriarca  
ANTONIOLI    DOMENICA - 32 anos - Esposa
ANTONIOLI    DORINA - 10 anos - Filha
ANTONIOLI    FRANCESCO - 9 anos - Filho
ANTONIOLI    GIOVANNI - 3 anos - Filho
ANTONIOLI   ANGELO - 1 anos - Filho

Registro de Hospedagem dos Antonioli em 21 março 1896.

NOTA : As municipalidades criaram, então, hospedarias para a recepção, recuperação e triagem de alguma doença e agasalho dos imigrantes. O funcionamento era regulado pelo governo que também auxiliava na manutenção dessas hospedarias.

A hospedaria Horta Barbosa de Juiz de fora, localizava-se no antigo Bairro da Tapera atual Santa Terezinha, sendo inaugurada no ano de 1888, sendo desativada na 1º década do século XX ; abrigando atualmente o 2º Batalhão da polícia Militar .

Hospedaria Horta Barbosa - Antigamente 

Hospedaria antes de ser demolida ainda foi abrigo do 2°Batalhão  

Demolição do antigo prédio em 1972. 


A visão que temos Hoje e do Segundo Batalhão. 

Hospedaria Horta Barbosa
Atual 2º Batalhão da polícia Militar Juiz de Fora

7- TOMBOS DE CARANGOLA - MG

A Família Antonioli (Pietro, Domênica e seus filhos ), deu saída da hospedaria Horta Barbosa no dia 27 de março de 1896, com destino ao Município de Santa Luzia em Tombos de Carangola, Minas Gerais.

NOTA :A região do Rio Carangola fora palco de esporádicas incursões de aventureiros, extrativistas da poaia (planta para tratamento de bronquite) e faiscadores (apanhadores de faíscas de ouro) à época da mineração. As vertentes do rio eram, então, matas virgens, habitadas por índios purís.
Tombos de Carangola e Santa Luzia de Carangola foram duas cidades vizinhas porém em 25 de outubro de 1881 Santa Luzia do Carangola foi emancipada ao título de cidade e designada para ser a sede do Município.

Vista Parcial da Cidade de Tombos - MG


Rua Conselheiro Torres - Tombos -MG


Igreja da N. Sra da Conceição Tombos -MG

8- SÃO JOSÉ DA PEDRA DOURADA - MG (Distrito de Tombos)

Ao chegar a Tombos de Carangola, atual Tombos - MG, a Família Antonioli , faz assento na localidade denominada, Arraial de São João do Soca. 

NOTA :Em 1939, o Arraial de São João do Soca passa à categoria de vila e recebe o nome de São José de Pedra Dourada, e em 1962 teve seu nome alterado para Pedra Dourada - MG .


Foto Ilustrativa da Fazenda da Oliveira em Tombos -MG


Foto Ilustrativa da Fazenda Paraíso em Tombos - MG


9- O MATRIMÔNIO DE FRANCESCO E LUCIA

Os filhos dos Imigrantes  italianos crescem e querem casar,   Francesco Antonioli , meu bisavô, provavelmente nas festas da Igreja da Matriz de N. Sra. da Conceição de Tombos, conhece a jovem italiana Lucia Patrizi, também vinda da Itália com 2 anos em 10 setembro 1896.

Igreja da N. Sra da Conceição Tombos -MG

Francesco e Lucia casaram-se na cidade de Tombos - MG, onde se dá origem a minha família. A  união dos ANTONIOLI com os PATRIZI,  surge através do casamento de Francesco e Lucia em agosto de 1910 na Cidade de Tombos - Minas Gerais.


Abaixo destaco alguns documentos, de Francesco e Lucia, como certidões de nascimento, casamento e fotos.

Cert. Nascimento de Francesco e Lucia

Cert. Nascimento Foto do livro microfilmado.
 

Cert. Casamento de Francesco e Lucia 
Microfilme : Casamento de Francesco e Lucia 


10- OS 10 FILHOS de FRANCESCO  &  LUCIA.

Desta união tiveram 10 filhos vivos, muitos nasceram em Minas Gerais e Espírito santo, cidades como Tombos -MG, Guaçuí-ES e Alegre-ES.

Mais Informações em :  GENEALOGIAS 




NOME

NASCIEMNTO

LOCAL

Óbito

JOÃO ANTONIOLI

1911  até  1912

Tombos - MG

?

SEBASTIÃO ANTONIOLI 

17/08/1914

Tombos - MG

13/05/1967- RJ

WILSON ANTONIOLI

 1915  até 1918

Tombos - MG

?

JOSÉ ANTONIOLI

02/11/1919

Tombos - MG

?

MOACYR ANTONIOLI

1921  até 1922

?

?

ALICE ANTONIOLI

1923 até 1924

?

19/10/2000 - RJ

NAIR ANTONIOLI

1925 até 1927

?

?

EURIDES ANTONIOLI

1927 até 1933

?

?

RENY ANTONIOLI

20/10/1934

Alegre-ES

Vivo

ARY ANTONIOLI

02/10/1935

ES

24/12/1993 RJ



11- A FAMÍLIA PATRIZI.

Não poderia deixar de lembrar da família Patrizi, uma família de nobres (Patrícios) e também meus patriarcas.

Porem esta História em conto em outra Pagina :


BIBLIOGRAFIA :
Livro - Vicende Storiche Della  Vall Sabbia dal 1550 al 1915 -  Ugo Vaglia  
Diversos Sites e Blogs ( Sinceras desculpas pois não recordo os nomes precisos) 

Agradecimentos :
A memória viva de minha mãe - Maria Margarida Antonioli - que conseguiu narrar os fatos montando parte desse mosaico de informações.

Agradeço esposa, filhos, amigos, parentes e primos que me incentivaram.

BY 
EDSON ANTONIOLI 
Rio De Janeiro 

Hoje é dia 21 de Fevereiro
DIA DO IMIGRANTE ITALIANO
Resolvi postar hoje em homenagem a todos esses heróis colonizadores do Brasil. 
A escolha do dia 21 de fevereiro é uma homenagem à expedição de Pietro Tabacchi ao Espírito Santo, em 1874.

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